Nosso desemprego está nos menores níveis dos últimos 30 anos e a criação de vagas formais atinge recordes históricos. O número de trabalhadores com vínculo formal na economia aumentou em mais de 10% nos últimos anos e as contribuições para a previdência tem também aumentado muito. O mercado de trabalho brasileiro está de fato aquecido e os setores ligados a produção de bens de consumo para a população de baixa e média renda se beneficiarão bastante. Nosso crescimento será puxado pelo motor interno. As transformações recentes em nosso mercado de trabalho são, na verdade, fruto de um processo estrutural mais profundo e importante. Estamos agora colhendo os benefícios da transição demográfica feita nos 70 e início dos anos 80.
Pela primeira vez na história do país o número de jovens que chega ao mercado de trabalho está diminuindo. Em 2005 o número absoluto de jovens brasileiros (entre 15 e 24 anos) caiu de 35 milhões para 33,9 milhões em 2009. Essa redução de oferta de trabalho relativa fará com que os salários reais passem a aumentar de forma consistente daqui para frente. No jargão dos economistas, parece que estamos passando do ponto de inflexão do modelo de Lewis, situação na qual os salários reais sobem, pois a mão de obra excedente começa a desaparecer. Se isto de fato se confirmar será uma notícia fantástica para o país pois finalmente teremos um verdadeiro mercado de consumo de massas. A ascensão da classe C, que hoje já é 50% da população, está intimamente ligada a esse processo. O crescimento dos shoppings centers, a construção civil para a baixa renda, a explosão de venda de eletrodomésticos são todos exemplos desse fenômeno. Nessa esteira, nosso mercado de capitais também se beneficiará, obviamente. Empresas ligadas a infraestrutura, logística, consumo, etc… apresentarão bom crescimento.
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